As siderúrgicas brasileiras começaram a sentir um leve alívio na reta final de 2012 nas importações diretas de aço feitas por consumidores do país. O volume de material que entrou nos portos brasileiros ficou igual ao de 2011, em 3,78 milhões de toneladas, informou o Instituto Aço Brasil (IABr).
A previsão do IABr era de que as importações de aços planos e longos fossem superar 3,8 milhões em 2012, crescendo em torno de 1% em relação ao ano anterior.
Marco Polo de Mello Lopes, presidente-executivo do IABr, disse esperar que as medidas do governo de defesa comercial, com aumento de alíquota de importação em alguns tipos de aço, e o fim da “guerra dos portos” (eliminação de incentivos estaduais) a partir de janeiro comecem a surtir efeito.
Ele espera que isso ocorra também nas importações indiretas — aço contido em máquinas e equipamentos, automóveis, autopeças e bens eletrodomésticos. O volume do ano passado desse fluxo já teve ligeira queda, de 3%, para 4,86 milhões de toneladas. Mas ainda é considera muito alto.
“Nosso mantra é fazer crescer o mercado interno, que está estacionado em 120 a 130 quilos por habitante ao ano há décadas”, diz Lopes. Pois, segundo ele, o mercado externo se retraiu para o aço brasileiro com o excesso de oferta mundial (quase 600 milhões de toneladas) e com a perda de competitividade das siderúrgicas brasileiras nas vendas externas.
No ano passado, os embarques de aço brasileiro para o exterior tiveram retração de 11% em volume, para 9,66 milhões de toneladas, e de 15,5% em valor, para US$ 7,1 bilhões.
“O ano passado foi um dos mais difíceis para o setor no Brasil, levando as empresas — CSN, Gerdau e Usiminas — a apresentarem forte perda de margens operacionais até setembro”, afirmou o executivo.
Fonte: Valor Econômico