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Tecnologia permitem à indústria mínero-metalúrgica avançar no consumo consciente

A escassez nas bacias hídricas da Região Sudeste e a crise na oferta de energia, agravadas pela seca prolongada deste ano, reforçaram estratégias que a indústria mínero-metalúrgica vem adotando como atividade de produção intensiva no uso desses recursos naturais. Se há um balanço positivo num momento considerado crítico para os dois insumos no país, a boa notícia é a de que grandes empresas da mineração e da siderurgia avançaram no consumo racional de água e energia, passo essencial para a saúde do meio ambiente e no compartilhamento deles com as necessidades das áreas urbanas. Os índices de recirculação de água dentro das jazidas minerais em produção alcançam 80%, em média, e surgem os chamados circuitos fechados de água, segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). Com o megaprojeto de exploração de ferro S11D, em Carajás (PA), a mineradora Vale introduziu no Brasil as plantas de tratamento a seco.

No planejamento energético, entre as inovações mais importantes o diretor de Assuntos Ambientais do Ibram, Rinaldo Mancin, destaca o uso de biocombustíveis de palma no transporte interno das minas, a adoção de sistemas elétricos de torque nos caminhões que retiram minério das cavas e até mesmo a substituição da frota pelas correias transportadoras. “Ainda há espaços interessantes para a substituição de equipamentos com o uso de tecnologias avançadas que proporcionam mais eficiência. Se houver maior oferta de biocombustíveis, as reduções de emissões de gases de efeito estufa também serão crescentes.”

Os fabricantes de aço, da mesma forma, investiram em inovações para tornar a produção mais sustentável, com a vantagem de já recorrerem, em relação aos concorrentes estrangeiros, a um biorredutor, o carvão vegetal. Nas usinas integradas –aquelas que operam as três fases básicas da produção siderúrgica, a redução, o refino e a laminação – 96,5%, em média, da água usada estão sendo reaproveitados. Trata-se de um índice significativo, tendo em vista que uma vez consideradas as grandes unidades industriais do setor, se todo o insumo necessário fosse captado da natureza equivaleria aos volumes de abastecimento de grandes cidades, a exemplo de Belo Horizonte, observa Cristina Yuan, diretora de Assuntos Institucionais do Instituto Aço Brasil (IABr).

“As inovações dependem da rota tecnológica escolhida pela empresa e do processo produtivo, mas todas têm como meta o descarte zero. Temos índices de uso racional de recursos naturais comparáveis aos de companhias de outros países e em alguns casos não se consegue eficiência maior por causa de limitações tecnológicas”, afirma Cristina Yuan. Os investimentos da indústria siderúrgica brasileira em ações de proteção ambiental somaram R$ 763 milhões no ano passado, representando um aumento de quase 26% em relação aos registros de 2012 (R$ 605,6 milhões).

Grande aporte de recursos foi aplicado, ainda, na autogeração de energia, como parte de um conjunto de medidas de modernização do parque industrial que começaram a ser implantadas depois do programa brasileiro de privatizações do setor siderúrgico, iniciado pela venda da Usiminas à iniciativa privada em outubro de 1991. Os processos produtivos modernos substituíram combustíveis fósseis e absorveram ou desenvolveram tecnologia para captar os gases liberados nas coquerias, nos altos-fornos e nas aciarias e usá-los para realimentar as fábricas. Entre as alternativas, centrais termelétricas ganharam espaço nas unidades industriais.

Fonte: Estado Minas

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